Psicóloga dá dicas para famílias que estão há 6 meses em isolamento social

Santos (SP), setembro de 2020 – Se antes da pandemia, as mulheres já acumulavam funções, agora com o distanciamento social por causa da COVID-19, o dia a dia delas se tornou ainda mais desafiador. Gerenciar reuniões de trabalho com as aulas virtuais dos filhos e as tarefas de casa não tem sido fácil e as mulheres acabam se cobrando em excesso para dar conta dessa nova rotina. Diante desse cenário, a psicóloga do Hospital Ana Costa, Bruna Macedo, ressalta a importância do autocuidado, dando dicas para gestão de conflitos familiares.

“A pandemia expos as múltiplas funções que a mulher desempenha e que muitas vezes nem se dá conta. Eu costumo orientá-las a fazer o que gostam como ouvir música, ler um livro, assistir uma série para ter um momento para cuidar dela própria”, explica Bruna Macedo.

Para ela, as cobranças sociais também reforçam esse papel da mulher ter que fazer tudo desde os compromissos no trabalho até a educação dos filhos e a manutenção da casa. A análise da especialista está em acordo com o estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o qual aponta que, em média, mulheres dedicam 10,4 horas por semana a mais que os homens aos afazeres domésticos ou ao cuidado de pessoas.

Diante desse cenário, a psicóloga alerta que é preciso entender que nem todas as funções serão desempenhadas com maestria e, com isso, não exigir tanto de si mesmo. “Os pais não precisam ser super-heróis. Nesse momento, se manter próximos dos filhos é essencial para identificar sentimentos e emoções que as crianças têm dificuldade para nomear e expressar”, sugere. Nos momentos de conflito, Bruna diz que o melhor é esperar os ânimos acalmarem para iniciar uma conversa sobre o que aconteceu com o objetivo de buscar uma solução que seja equilibrada para todos.

A psicóloga também alerta para o perigo das compensações em decorrência dos sentimentos de estresse, ansiedade e angústia. Ela explica que as pessoas podem compensar comendo compulsivamente, aumentando a quantidade de cigarros ou em alguns casos, voltar com o vício, ingerir bebida alcoólica ou fazer uso de drogas. Por isso, Bruna reforça a importância de procurar assistência psicológica para que esses sentimentos sejam tratados por um profissional.