Sedentarismo causado pelo isolamento social pode levar a aumento de casos de osteoporose

Dia Mundial e Nacional da doença é celebrado em 20 de outubro e busca chamar a atenção para a enfermidade que causa a perda da qualidade dos ossos

Santos, SP (outubro de 2020) – Na quarta-feira, 20 de outubro, será celebrado o Dia Mundial e Nacional da Osteoporose. A data busca chamar a atenção para essa doença silenciosa e assintomática que reduz a densidade óssea e causa uma perda de qualidade dos ossos, o que aumenta consideravelmente o risco de fraturas graves. E o isolamento social causado pela pandemia da COVID-19 levou à restrição de atividades e um aumento do sedentarismo, o que pode resultar num crescimento dos casos de osteoporose e de fratura em idosos, alerta o ortopedista do Hospital Ana Costa, Dr. Rogério Buchmann Rodrigues.

“Atividades físicas como caminhadas e corridas estimulam os ossos, que é um tecido vivo e precisa desse estímulo. Musculação também tem um papel muito importante. Esses exercícios atuam na prevenção da osteoporose e consequentemente das quedas. Com as pessoas tendo diminuído suas atividades físicas desde março de 2020, por causa do isolamento social, há uma perda de força muscular e de equilíbrio, que pode resultar em aumento da incidência de fraturas relacionadas à osteoporose. Vejo isso na prática do consultório: tenho pacientes, em especial idosos, que apareceram pela última vez em 2019 e só estão voltando agora. Recomendo que retomem o acompanhamento com seus médicos o quanto antes, além de buscar realizar alguma atividade física, com segurança”, destaca Rogério. 

O ortopedista esclarece que a osteoporose acomete homens e mulheres, porém predominantemente e de forma mais precoce na população feminina. “Por volta dos 50 anos, com a menopausa, as mulheres têm uma alteração hormonal com uma queda do estrogênio, que é o grande responsável por colocar o cálcio que ingerimos na alimentação dentro dos ossos. Entre os homens, a osteoporose é mais comum a partir dos 70 anos”, explica o especialista.

Para minimizar a chance de desenvolver a doença, além dos exercícios físicos regulares, o ortopedista recomenda uma alimentação rica em cálcio, com laticínios e vegetais de cor verde escura (como couve ou brócolis), por exemplo, e banhos de sol regulares, idealmente de 40 minutos, entre 8h e 10h da manhã. E mulheres próximas aos 50 anos devem fazer um acompanhamento para controlar os efeitos da menopausa.

Para quem já tem a doença, além do tratamento, é fundamental também se minimizar o risco de quedas. Nesse sentido, Rogério conta que a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia tem um projeto chamado Casa Segura. Ele traz dicas como: retirar os tapetes dos banheiros para evitar escorregões; colocar apoios dentro do box onde se toma banho; e manter uma luz acesa para ajudar a visualização do quarto quando levantar durante a noite, entre outros. “Outra questão importante é ter cuidado com os pets. O ideal é não dormir com o animal de estimação no mesmo quarto, pois pode ser pisado ao se levantar durante a noite ou se enroscar entre as pernas e causar uma queda”, pontua o ortopedista do Hospital Ana Costa.

 “Mas mesmo em casos de identificação de osteoporose mais avançada, o paciente pode ter a doença controlada por meio do tratamento e orientações. Por isso, buscar informações sobre seu estado é fundamental”, aconselha o ortopedista.