Hospital Ana Costa implementa o prontuário afetivo para conectar profissionais de saúde e pacientes

Santos, SP (Agosto de 2021) – Com a pandemia, as visitas aos pacientes foram proibidas para evitar o contágio da COVID-19.  Em decorrência disso, os profissionais de saúde não têm acesso a informações pessoais dos pacientes como apelido que gosta de ser chamado, o time que torce, a comida favorita, entre outras. Por isso, o Hospital Ana Costa implementou o projeto Reconectar – que por meio do prontuário afetivo – permite que o atendimento seja mais humanizado, garantindo o acolhimento e o cuidado personalizado.

“Estamos sempre buscando uma maneira de ir além da medicina e da enfermagem, pois entendemos que o carinho ajuda no tratamento do paciente e também contribui para que os profissionais de saúde exerçam as suas funções da melhor maneira possível. Todo mundo se sente melhor com essas iniciativas”, comenta o diretor do Hospital Ana Costa, Dr. Jair Rodrigues Cremonin.

A psicóloga da unidade, Bruna Louise de Godoy Macedo de Souza, liga para os familiares para obter as informações que fazem a diferença no atendimento e elabora um texto como se fosse o próprio paciente se apresentando. Ela também solicita fotos e coloca no prontuário afetivo, que fica ao lado do leito do paciente. Até o momento, foram 48 pacientes.

Um desses pacientes é a Dalila Teixeira Vilela, que foi internada por COVID-19 e estava gestante de 31 semanas. Ela precisou fazer uma cesária para que a medicação não prejudicasse a bebê. O parto foi um sucesso e as duas já estão em casa. Ela conta que o prontuário é um carinho importante em um momento de fragilidade em que a família não pode estar presente.

“O prontuário afetivo é como um abraço da família. Quando saí da UTI e fui para o quarto, estava muito confusa e ver as fotos dos meus pais, da minha avó em momentos tão especiais me fez um bem enorme”, relembra Dalila. “Hoje me sinto muito feliz e tenho um sentimento enorme de gratidão por tudo, porque eu, Helena e o meu esposo estamos bem e ainda vamos aproveitar muito a vida juntos”.

Além do conforto emocional que essa ação oferece aos pacientes, a psicóloga explica que há também uma melhora no quadro clínico. “Há diversos estudos que avaliam a melhora significativa do paciente por meio de um atendimento mais humanizado. Recebemos o agradecimento dos familiares e dos próprios pacientes, o que nos demonstra a importância desse projeto”, reforça.

O prontuário afetivo surgiu na pandemia, mas o resultado tem sido tão positivo que o hospital pretende adotar como uma prática. “São as lições da pandemia. Estamos sempre aprendendo e melhorando os nossos processos de levar o cuidado e o carinho aos nossos pacientes”, comenta Bruna Louise.