Especialista explica que no inverno o risco de AVC e de infarto aumenta
Cardiologista do Hospital Ana Costa, Dr. Leonardo Barroso diz que é importante redobrar a atenção aos cuidados com a saúde nessa época do ano por meio de uma alimentação saudável, prática de exercícios físicos e acompanhamento médico
Santos, SP (Junho de 2021) – De acordo com o Instituto Nacional de Cardiologia, estudos realizados em diferentes países mostram que, nesta estação do ano, o número de infartos cresce, em média 30% e os de AVC (Acidente Vascular Cerebral), 20%. O cardiologista do Hospital Ana Costa, Leonardo Barroso, diz que diante de dados alarmantes, as pessoas precisam redobrar a atenção com os cuidados com a saúde.
Com as baixas temperaturas, o corpo libera o hormônio chamado de catecolamina que leva à contração dos vasos sanguíneos e, como consequência, provoca o aumento da pressão arterial. Com isso, o coração realiza maior trabalho e força para bombear o sangue, devido ao aumento da resistência provocado pela diminuição do calibre do vaso sanguíneo. “Essa é uma forma de defesa do corpo contra o frio, mas que pode ter consequências graves. Por isso, pacientes que já sofrem de doenças cardíacas como obesos, hipertensos, fumantes e diabéticos, precisam manter o corpo o mais aquecido possível para evitar que o coração tenha um esforço além do normal”, pontua Leonardo.
Outra explicação para o aumento do número de casos, é o aumento de infecções como gripes, pneumonias e agravamento das alergias respiratórias, que podem provocar uma inflamação no organismo, o que pode predispor ao infarto e ao AVC. “Por essa razão, indicamos sempre a vacina contra a gripe como mais uma forma de proteção”, comenta.
Leonardo Barroso também reforça a importância dos cuidados com a alimentação e a manutenção da prática de atividades físicas mesmo nos dias frios. O especialista explica que o colesterol em excesso pode formar placas de gordura que obstruem e comprometem o fluxo sanguíneo nas artérias do coração e do cérebro, o que pode levar ao infarto e ao AVC.
“Ao perceber que a pessoa está com a boca torta, que o braço perdeu a força e que não está conseguindo repetir uma frase, podem ser sinais de AVC. Nesses casos, cada minuto conta para salvar a vida e evitar sequelas”, conta o cardiologista.
De acordo com o Cardiômetro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, no período de janeiro a abril de 2020, cerca de 104 mil pessoas foram a óbito em decorrência de alguma doença relacionada ao aparelho cardiovascular no Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o infarto agudo do miocárdio mata 15 milhões de pessoas no mundo por ano e o AVC – principal causa de incapacidade no Brasil – tem uma incidência anual de 108 para cada 100 mil habitantes.