Síndrome da Gaiola pode causar crises de ansiedade e de estresse em crianças e adolescentes

Santos, SP (junho de 2021) – Há quase um ano e meio da pandemia, os efeitos do isolamento social também atingem crianças e adolescentes. A Síndrome da Gaiola é um deles, termo que surgiu na pandemia e se caracteriza pelo medo e resistência de crianças e adolescentes a saírem de casa, podendo causar até crises de ansiedade e estresse. A psicóloga do Hospital Ana Costa, Bruna Louise de Godoy Macedo de Souza, explica que o acompanhamento com um especialista é imprescindível para que as emoções sejam identificadas e tratadas antes do agravamento do quadro.

A Síndrome da Gaiola leva esse nome em alusão ao passarinho que, após ficar muito tempo na gaiola, fica condicionado ao ambiente e quando ganha a liberdade, escolhe não sair. “Em alguns casos, o fato de sair de casa causa taquicardia em decorrência do alto nível de estresse, pois o ambiente externo é percebido por eles com insegurança, já que há o risco de contaminação pela COVID-19”, conta a psicóloga.

A especialista explica que as crianças menores de 4 anos de idade não conseguem dar nome às emoções, por isso é importante observar alguns sinais como choro fácil, irritabilidade, perda de sono, terror noturno, falta de apetite, falta de vontade em fazer as coisas que gostava anteriormente, entre outros. Bruna alerta que a Síndrome da Gaiola não se trata de um transtorno tratado por meio de medicamentos, mas há a possibilidade de evoluir para depressão, por isso é preciso ficar atento às mudanças de comportamento.

Para atravessar esse período, os pais devem conversar com as crianças e adolescentes periodicamente para ouvir e oferecer acolhimento. As conversas com os professores e diretores das escolas também é fundamental para ampliar a rede de atenção e de diálogo. “O ideal é que tanto os pais como as crianças e os adolescentes tenham um acompanhamento psicológico, pois as mudanças na rotina atingiram a todos e podem gerar situações de estresse e ansiedade que precisam ser monitoradas para não ocasionar no agravamento dos sintomas”, conclui Bruna Louise.